Concertos de Verão – Parte II

A 16 de Julho os Buraka Som Sistema deslocaram-se a Perafita, mais precisamente à Praia da Memória, para um concerto à borla que era promovido como sendo o primeiro concerto deles no Norte do país (quando toda a gente sabia que isso não era verdade…). O concerto correu bem, sendo que no entanto não esteve ao mesmo nível do concerto que deram no Rock In Rio. O público era menos numeroso, menos interventivo, mas o empenho da banda foi o mesmo apesar de tudo. O concerto não foi muito longo o que acaba por ser normal pois é uma banda como um reportório ainda reduzido. A mistura da electrónica com os ritmos africanos tem resultado bastante bem, o que é comprovado pelas inúmeras internacionalizações da banda.

Seguiu-se o Festival Marés Vivas no Cabedelo, Gaia. Quando chegamos ao recinto, já tocava o 2º artista da noite: Tricky. A abrir o palco principal tinham estado os Slimmy banda do hit “Show Girl”. Tricky, é um dos nomes mais sonantes da cena Trip-hop, com várias colaborações com bandas como os Massive Attack. O ambiente do concerto foi bastante intimista. Tricky canta todas as músicas com um sentimento muito grande, num tom algumas vezes agressivo, noutras calmo e muitas vezes alucinado (não estivesse ele todo o concerto a fumar uns “cigarros especiais”).

O concerto soube “assim-assim”. Fica a sensação que para curtir ao máximo um concerto de Tricky é preciso entrar no “mood” dele, o que nem sempre é fácil. Em várias músicas contou com a colaboração de uma bela cantora (que desconheço o nome) que trazia por vezes uma lufada de ar fresco à “escuridão” de Tricky.

Os próximos no cartaz foram os Da Weasel. Os Da Weasel deram um concerto muito diferente do que todos estamos habituados. Deixaram de lado alguns dos grandes sucessos e optaram por tocar várias músicas “raras”, dando preferência às músicas mais pesadas e enérgicas, como que a fazer o “warm-up” de Prodigy. Confesso que não sou grande fã de Da Weasel mas que gostei muito do concerto. Sentia-se que eles estavam mesmo a curtir tocar sendo que a empatia com o público foi grande. Uma das músicas que mais gostei de ouvir foi a cover que eles fizeram da música “Fight for your right” dos Beastie Boys, que segue em seguida.

Sentia-se que a maioria dos presentes estavam naquele dia no Festival para ver: The Prodigy. O próprio PacMan confessou estar ansioso pelo concerto. E o motivo não era para menos… Os 20/25 minutos que o material dos Prodigy demorou a ser montado, anteviam algo de assustador! Pelo recinto, viam-se vários placards a alertar para o cuidado com ataques epilépticos resultantes do concerto destes senhores! Eram luzes de toda a intensidade e feitio, num ambiente que metia respeito! Eu não sabia o que esperar do concerto…

O concerto começou. Loucura à solta! Da primeira à última música, foi o salve-se quem puder! O recinto entrou em ebulição à primeira música e nunca mais parou. Os primeiros 10/15 metros a partir das grades foram sem dúvida o epicentro da festa. “Take me to the hospital”, lia-se num dos portáteis da banda. Com os dois vocalistas sempre “a atirar achas para a fogueira”, o público correspondeu e contribui para a festa instalada. Houve tempo para tocarem todos os grandes êxitos, com destaque para “Smack my Bitch Up”, ou para “Out of Space” cantado em uníssono pela plateia.

Quando o concerto terminou, todos ficaram à espera de mais! O corpo já dava mostras de fadiga, mas a adrenalina era tanta, que todos estavam preparados para mais uma dose. Assistir a um concerto de Prodigy é melhor que é ir ao ginásio! Saí de lá estafado mas contente. Quero mais concertos assim! O meu concerto do ano para já.

O próximo capítulo dos “Concertos de Verão” será 100% dedicado aos concertos que vi no MaiaAct.

Não deixem de ler a primeira parte:

Concertos de Verão – Parte I