Início das aulas, Slovak Paradise e as mudanças

Já passou mais de uma semana desde que regressamos à Eslováquia. A cidade está muito diferente. Se antes tínhamos a residência por “nossa conta”, agora está praticamente lotada. Nas ruas vê-se mais gente e nos super-mercados já se tem de esperar para pagar. Aqui na residência à noite à sempre barulho com fartura. Os eslovacos bebem bastante e depois só lhes dá para a animalidade. É vê-los ou aos urros estridentes ou aos pontapés a caixotes do lixo ou simplesmente a vaguear pela residência. E ainda por cima têm todos um mau aspecto que Deus me livre!

Mudamos hoje para o nosso quarto definitivo (finalmente!). O barulho é muito (os trabalhos ainda decorrem) e a poeira anda no ar.

As aulas já decorrem. Em todas as disciplinas já temos qualquer coisa que fazer. Já ficou claro que, apesar de não termos a carga horária e de trabalho na FEUP, o trabalho aqui também vai ser algum. Vou fazer cá 6 disciplinas (mais uma na FEUP) pelo que fora das “borgas” vou ter o tempo bem preenchido… As aulas são praticamente individuais (sou eu e o meu colega Ricardo), mas curiosamente assemelham-se para já muito às aulas “normais”. Sendo só dois as atenções sobre nós são maiores o que dá menos lugar a “baldas”.

No último fim-de-semana fomos a uma zona montanhosa cá na Eslováquia, na cidade de Spiska Nova Ves, denominada “Slovak Paradise”. Esta zona montanhosa é especialmente famosa pelas quedas de água e pelas espectaculares ravinas. Saímos de manha cedo (mesmo cedo, apanhamos o comboio das 6:30 da manha) e chegamos a Spiska 2:30 depois. A cidade era pequena e pouco interessante e nela vive uma imensa comunidade cigana. Fomos recebidos por um Eslovaco local, Miki, que nos levou ao Hostel onde pernoitamos Sábado. Lá já estavam duas espanholas, Cristina e Toia, a trabalhar em Nitra e que nos acompanharam neste fim de semana. Apanhamos um autocarro que nos levou perto do início da caminhada. Começamos a caminhada por volta das 11 da manha. Estava planeado caminharmos durante 6 horas (!).

A caminhada no paraiso

A caminhada no "paraíso"

A ideia era fazer um percurso a passar por alguns dos pontos mais importantes da zona e terminarmos a caminhada às 17 numa paragem de autocarro que nos levaria de novo a Spiska. Acontece que o ritmo da caminhada não foi o melhor. Ou seja, depois de horas e horas a caminhar, e a comer o que havíamos comprado num super-mercado, percebemos que não tínhamos hipótese de chegar à estação de autocarros à hora planeada. Os planos tiveram por isso de ser alterados, e acabamos por não ver uma série de sítios dignos de se visitar e fomos mesmo obrigados a andar por caminhos que já havíamos percorrido. Conclusão: depois de horas e horas de caminhada quase sem paragens, por trilhos bastante inclinados, escorregadios e às vezes perigosos, chegamos por volta das 18:30 a uma saída alternativa da montanha, que desembocava num bairro com muito mau aspecto, situado próximo de uma estação de comboio.

Slovak Paradise

Slovak Paradise

O comboio levou-nos de volta a Spiska onde fomos jantar logo em seguida. Estavamos muito cansados, sujos e famintos. Jantamos num restaurante com alguma pinta para a cidade em que estávamos. A maioria do pessoal aproveitou para acabar com a barriga de misérias e comer um prato cheio de diferentes carnes. Eu fiquei-me por um prato típico de cá, Pirohi, uma espécie de uns rissóis “crús” com um queijo dentro. No final do jantar regressamos ao Hostel. Alguns ficaram pelo hostel (eu incluído) e outros foram sair. Contam eles que valeu a pena…

No dia seguinte, acordamos a meio da manha e apanhamos um autocarro que nos levou ao “Chateau Markusovce”. Lá visitamos uma exposição sobre mobília da realeza e instrumentos musicais. Fizemos a visita à pressa, regressamos a Spiska e apanhamos o Comboio de volta a Zilina.

Nesta semana que passou, fomos treinar com a selecção de futsal cá da Universidade. Era o primeiro treino da época e eramos mais de 30! O treino foi basicamente jogo. A nossa equipa era 100% internacional: três portugueses (eu, Mad e Renato), um janonês (Hiro), um chinês (Peng) e um espanhol (Raúl). Ganhamos um dos jogos e perdemos outro.

Já treinei 2 vezes na selecção de voleibol. No último treino eramos 17. Há vários jogadores altos (à volta do 1.90 e alguns mais), e alguns bons jogadores. A maioria tecnicamente deixa algo a desejar. Na próxima semana vai haver um torneio. Vamos ver se vou ter oportunidade de me estrear…

Neste momento temos cá visitas em Zilina. Algum pessoal de Budapeste veio cá visitar-nos! Num próximo post conto as peripécias!