Concertos de Verão – Parte III

Cartaz MaiaAct

Cartaz MaiaAct

Decorreu entre 19 e 26 de Julho o 1º Festival da Juventude da Maia, também denominado por MaiaAct. Ao longo desta semana, esteve instalado no Parque Central da Maia durante o dia, um conjunto de áreas recreativas a que chamaram “Espaço Actimax”, com actividades como Bungee Jump, Touro Mecânico ou Matrecos Humanos. Pela noite, no Complexo de Ténis da Maia, houveram concertos de música de variados estilos, com algumas bandas de renome no panorama musical Nacional. De louvar a boa organização do evento. Muitos voluntários a ajudar, o espaço organizado, “comes e bebes” em abundância e um bom cartaz planeado.

No primeiro dia do Festival tocaram os “rockeiros” Wraygunn e a banda maiata “Dois Mil e Oito“. Este foi o único dia de festival que não tive oportunidade de assistir. Tive pena de não ter assistido principalmente aos primeiros pois são tidos como uma banda muito boa ao vivo; os segundos, não conheço.

O segundo dia de festival foi dedicado aos sons urbanos. Na primeira parte, actuaram uma série de conjuntos de dança, de onde se destacou na minha opinião o conjunto de “breakdancers”, Zoogang. Em seguida, actuaram os “hip-hoper’s” Dealema, que arrastaram consigo uma série de fãs dedicados. Não é um som que me identifique muito, mas gostei do concerto. A banda tem boas letras, muitas delas de cariz interventivo.

Os dois dias que se seguiram, foram dedicados a um concurso de bandas ( MaiaAct Garage Sessions 08 ) onde estava em “jogo” um prémio monetário de 1000 euros e a possibilidade de actuar na 1ª parte do concerto dos The Gift. Cada banda teve 4 músicas para mostrar o que de melhor conseguia fazer. Do concurso tenho de destacar a banda de uns amigos meus de infância, os Skeezos, que deram um bom concerto para as poucas pessoas que assistiam. Os Skeezos são uma banda, como os próprios assumem, com influências de bandas como os U2 ou os Pearl Jam, com um estilo predominantemente Pop/Rock. O ponto alto de “notoriedade” terá sido provavelmente a participação que tiveram no programa da RTP “Portugal no Coração”, que segue em seguida.

Do concurso, há que referir como é óbvio a banda vencedora, os originais “Sr.Acaso“, uma banda Rock com um estilo bastante “sui generis”. Ainda de referir as menções honrosas atribuídas ao grupo “hip-hop” maiato, Duplo Som e à banda Rock Reckless, banda com uma influência clara de Muse, que teve o privilégio de actuar posteriormente no mesmo dia que os Moonspell.

Para um próximo post, ficam os 4 últimos dias do festival.

Entretanto, não deixem de ler os outros dois “capítulos”:

Concertos de Verão – Parte II

A 16 de Julho os Buraka Som Sistema deslocaram-se a Perafita, mais precisamente à Praia da Memória, para um concerto à borla que era promovido como sendo o primeiro concerto deles no Norte do país (quando toda a gente sabia que isso não era verdade…). O concerto correu bem, sendo que no entanto não esteve ao mesmo nível do concerto que deram no Rock In Rio. O público era menos numeroso, menos interventivo, mas o empenho da banda foi o mesmo apesar de tudo. O concerto não foi muito longo o que acaba por ser normal pois é uma banda como um reportório ainda reduzido. A mistura da electrónica com os ritmos africanos tem resultado bastante bem, o que é comprovado pelas inúmeras internacionalizações da banda.

Seguiu-se o Festival Marés Vivas no Cabedelo, Gaia. Quando chegamos ao recinto, já tocava o 2º artista da noite: Tricky. A abrir o palco principal tinham estado os Slimmy banda do hit “Show Girl”. Tricky, é um dos nomes mais sonantes da cena Trip-hop, com várias colaborações com bandas como os Massive Attack. O ambiente do concerto foi bastante intimista. Tricky canta todas as músicas com um sentimento muito grande, num tom algumas vezes agressivo, noutras calmo e muitas vezes alucinado (não estivesse ele todo o concerto a fumar uns “cigarros especiais”).

O concerto soube “assim-assim”. Fica a sensação que para curtir ao máximo um concerto de Tricky é preciso entrar no “mood” dele, o que nem sempre é fácil. Em várias músicas contou com a colaboração de uma bela cantora (que desconheço o nome) que trazia por vezes uma lufada de ar fresco à “escuridão” de Tricky.

Os próximos no cartaz foram os Da Weasel. Os Da Weasel deram um concerto muito diferente do que todos estamos habituados. Deixaram de lado alguns dos grandes sucessos e optaram por tocar várias músicas “raras”, dando preferência às músicas mais pesadas e enérgicas, como que a fazer o “warm-up” de Prodigy. Confesso que não sou grande fã de Da Weasel mas que gostei muito do concerto. Sentia-se que eles estavam mesmo a curtir tocar sendo que a empatia com o público foi grande. Uma das músicas que mais gostei de ouvir foi a cover que eles fizeram da música “Fight for your right” dos Beastie Boys, que segue em seguida.

Sentia-se que a maioria dos presentes estavam naquele dia no Festival para ver: The Prodigy. O próprio PacMan confessou estar ansioso pelo concerto. E o motivo não era para menos… Os 20/25 minutos que o material dos Prodigy demorou a ser montado, anteviam algo de assustador! Pelo recinto, viam-se vários placards a alertar para o cuidado com ataques epilépticos resultantes do concerto destes senhores! Eram luzes de toda a intensidade e feitio, num ambiente que metia respeito! Eu não sabia o que esperar do concerto…

O concerto começou. Loucura à solta! Da primeira à última música, foi o salve-se quem puder! O recinto entrou em ebulição à primeira música e nunca mais parou. Os primeiros 10/15 metros a partir das grades foram sem dúvida o epicentro da festa. “Take me to the hospital”, lia-se num dos portáteis da banda. Com os dois vocalistas sempre “a atirar achas para a fogueira”, o público correspondeu e contribui para a festa instalada. Houve tempo para tocarem todos os grandes êxitos, com destaque para “Smack my Bitch Up”, ou para “Out of Space” cantado em uníssono pela plateia.

Quando o concerto terminou, todos ficaram à espera de mais! O corpo já dava mostras de fadiga, mas a adrenalina era tanta, que todos estavam preparados para mais uma dose. Assistir a um concerto de Prodigy é melhor que é ir ao ginásio! Saí de lá estafado mas contente. Quero mais concertos assim! O meu concerto do ano para já.

O próximo capítulo dos “Concertos de Verão” será 100% dedicado aos concertos que vi no MaiaAct.

Não deixem de ler a primeira parte:

Concertos de Verão – Parte I

Concertos de Verão – Parte I

Este Verão em termos de concertos, foi muito bom! Consegui ver um grande número de bandas que gosto. Do grandioso Rock In Rio em Junho, ao recente MaiaAct passando pelo explosivo Marés Vivas, assisti a vários bons concertos.

Começando pelo Rock In Rio, apresento-vos o que lá vi.Fui no último dia do certame, dia 6 de Junho. Foram 62 euros de bilhete, muito bem empregues!Chegamos a meio da tarde, demos uma volta ao recinto, e paramos no palco Sunset.

Começou a actuar a banda “Brothers of Brazil“, uma mistura de Rock n’ roll com Bossanova, funk, quase sempre cantado em Inglês. Um som sem dúvida original. O duo apesar de competente, não conseguiu entusiasmar muito a plateia ,na sua maioria jovem, que (des)esperava pela aparição dos Buraka Som Sistema.

Terminado “Brothers of Brazil” vieram os aguardados “Buraka Som Sistema“. Buraka é festa, dança e boa disposição… Tal como dizem na música “Mesmo quem não gosta me escuta”, pois eles têm a capacidade de cativar o público mesmo os mais tímidos. O concerto foi bastante bom, o sol ainda brilhava e a poeira levantou com todo o pessoal em festa.

Ainda não havia terminado Buraka, fomos para o palco principal ver uma das minhas bandas preferidas: Kaiser Chiefs. Que concerto! Os Kaiser, principalmente o vocalista, entregam-se de corpo e alma ao concerto (às vezes até demais, como aconteceu em Paredes de Coura onde o vocalista torceu o pé logo nas primeiras músicas). Músicas como “Ruby”, “Everyday I Love Less and Less” ou “I predict a Riot”, levaram, o já bastante público presente ao rubro.

Seguiu-se o concerto dos Muse. Pelas t-shirts ostentadas pelo recinto, ficou a sensação de que esta foi a banda mais mobilizadora do dia. E chegado o concerto isso confirmou-se… A lotação do anfiteatro da Belavista tava completamente lotada! Os Muse já não tocavam ao vivo à algum tempo, e deram um excelente concerto, que pecou por ser algo curto e onde poderia ter havido maior interacção com o público (se bem que ouvir toda a gente a cantar várias músicas em uníssono, pode ser considerado interacção). Eu não conhecia a fundo a obra dos Muse, e até me senti algo desconfortável por ver que toda a gente à minha volta cantava todas as músicas de início ao fim. A componente cénica do espectáculo dos Muse, engrandece bastante a música deles. O vídeo projectado, as luzes e a música, jogaram em perfeita harmonia.

Seguiu-se a banda “Old School” da noite: os Offspring. A expectativa era grande, mas no meio de tantos bons concertos, este foi provavelmente o mais fraco (apesar de ter curtido muito na mesma). Fica a ideia que a energia da banda já não é a mesma, e, na minha opinião o alinhamento foi algo discutível, passando várias músicas desconhecidas do grande público. Mas como Offspring é uma banda marcante para o pessoal da minha geração (nascidos nos 80’s), músicas como “Pretty Fly for a white guy” ou “Kids Ain’t Allright”, foram ouvidas no expoente da loucura!

Para finalizar a noite, vieram os Linkin Park. Fiquei algo surpreso por ver que houve uma certa “debandada” no final de Offspring, sendo que se conseguiu ver Linkin Park, sem grandes “apertos”, ao contrário do que tinha acontecido nos espectáculos anteriores. A banda deu um concerto de grande nível… Quer se goste ou não, é inquestionável a competência dos músicos, e a grande vontade demonstrada por eles em agradar ao público. Foi provavelmente a banda que mais interagiu com o público. Foi também o maior concerto da noite, com 20 música tocadas! Se dúvidas houvessem quanto à qualidade da voz do vocalista Chester ficaram dissipadas… ele tem mesmo um vozeirão!

Bem, para já é tudo, neste post que já vai longo… Em próximos posts, vou apresentar os restantes concertos que vi.