O Regresso I – Viagens, Voleibol, Vadiagem e… algum estudo

A pedido de muitas famílias, estou a escrever um novo post no meu caríssimo, ultimamente esquecido Blog. Já não escrevo aqui à mais de 1 mês! Tendo em conta a frequência com que escrevia, foi uma queda abrupta, é verdade. Infelizmente é um problema de muitos bloguer’s.

Ultimamente, rendi-me aos “encantos” do Facebook. Qual Hi5 qual quê. Facebook é que é! O pessoal Erasmus aderiu em força ao Facebook pelo que é muito fácil estar a par de tudo o que vai acontecendo com os amigos espalhados pela Europa, ficar a par de novos eventos e manter contacto com novo pessoal que se vai conhecedno. O diário do que tenho vivido nos últimos meses, está lá representado na forma de fotos, comentários, eventos e tal.

Desde a última vez que aqui escrevi, muitas horas de comboio (muitas mesmo!), muita festa e muita gente eu conheci. Depois da passagem do pessoal de Budapeste aqui por Zilina, já nos reencontramos outra vez.

Foi na semana passada que embarcamos numa viagem espectacular! De Zilina partimos para Budapeste onde passamos 2 dias. De Budapeste fomos para Zagreb e de Zagreb para Liubliana. Cinco dias, 4 países diferentes (Eslováquia, Hungria, Croácia, Eslovénia), 4 moedas diferentes, 4 línguas diferentes!

Passeio nocturno por Budapest

Budapeste já não me surpreendeu (fiquei apaixonado pela cidade na primeira vez que lá estive), a grande boa novidade foi Zagreb. Adorei a cidade! Apesar das primeiras horas que lá estive a ter visto à chuva, fiquei impressionado com a Vida que se sente na cidade, com as ruas bem tratadas, com a simpatia das pessoas, o Inglês bastante aceitável da maioria (quem me dera que assim fosse aqui na Eslováquia…), com a forma impecável como as pessoas se apresentavam bem vestidas e arranjadas, com as ruas cheias de tendas a vender comidas e bebidas típicas, artesanato… É uma cidade que vale a pena espreitar! Em Zagreb, um novo mito surgiu: Ricardo – o Sete. Perguntem-lhe porquê…

Pub em Zagreb

Pub em Zagreb

Pela conversa que tive com um croata no caminho para Liubliana, fiquei com a impressão que a realidade no resto do país é bem diferente da que encontramos em Zagreb. Há alguma relutância em relação à entrada na zona Euro e os salários são em geral baixos.

Liubliana também tem o seu encanto, especialmente à noite. A vista à noite na zona ribeirinha da cidade, junto às “Três Pontes”, com o Castelo de fundo e as ruas cheias de esplanadas, é digno de um retrato! A disposição das luzes nessa zona está feita de forma sublime, o que cria uma atmosfera altamente. É uma cidade pequena, ao nível de Bratislava, bastante sossegada e com um centro de cidade bastante cuidado e bonito.

A comitiva de Liubliana

A comitiva de Liubliana

A viagem correu às mil maravilhas, sendo que o único ponto negativo foi o Maurício cá de Zilina, ter ficado sem a mochila. Para viajar nesta zona da Europa é preciso ter algum cuidado com a bagagem. Um sono prolongado pode levar a alguma coisa roubada.

Antes desta “trip”, já haviamos estado em Praga. Organizamos um mega-grupo cá de Zilina, e fomos todos passar 3 dias a Praga. Ficamos num Hostel muito bom, no centro da cidade, a 5 minutos da estação, na rua dos Cabarets. A rua com mais chulos e “putaria” que eu alguma vez vi na vida!
Sobre Praga, já muito foi dito. A cidade é toda ela um autêntico museu. As praças, o Castelo, as Igrejas, os concertos, o bairro judeu, a Casa Dançante, as chouriças que se vendem nas ruas, são as imagens que ficam da cidade.

Ontem tive mais uma ida à República Checa. Fui com a equipa de Voleibol da Universidade a Olomouc. Saí de Zilina às 5:30 da manha! Foi 1 saída grandiosa! Pela primeira vez na vida vi neve a cair! Espectacular… Para Olomouc fui de carro. A paisagem durante a viagem era fantástica! Vilas, montes, tudo moldado a um branco perfeito! Nas estradas, havia limpa neves e vários camiões estavam parados sem poder avançar. A neve não se esperava que chegasse ontem.

A primeira neve a cair

A primeira neve a cair

O torneio de voleibol teve um nível muito bom. Fiquei surpreendido com a qualidade das equipas presentes. Havia vários jogadores de bom nível e todas as equipas apresentavam excelente entrosamento. O torneio era de equipas mistas, ou seja, todas as equipas eram obrigadas a ter no mínimo 2 raparigas no 6 de jogo. Os jogos não correram de feição, mas tudo o resto foi excelente! Após os jogos fomos ao centro de Olomouc (cidade muito interessante…) e regressamos a Zilina de comboio, numa viagem muito animada.

A equipa de Voleibol do Zilina

A equipa de Voleibol do Zilina

Chegados a Zilina fomos a um pub um bocado “underground” cá de Zilina. Nunca lá tinha estado, mas passou-se lá um tempo muito porreiro a beber uns pivos, umas tequillas e a jogar matrecos e setas. Saímos do pub já bastante animados. Eu tinha em mente regressar ao hostel, mas fui incapaz… Insistiram tanto comigo que acabei por ir a uma disco no centro da cidade. Quarta-feira à noite em Zilina, ninguém sai à rua, ou seja, aquele era o único sítio aberto e esteve completamente por nossa conta! A música estava boa e o rácio homens/mulheres estava ainda melhor… Passei uma noite bastante animada com as amigas do volei 😛

Pub em Zilina depois de Olomouc

Pub em Zilina depois de Olomouc

Aqui em Zilina a festa passa iremediavelmente sempre pelos mesmos sítios: Club 54 (sábado), Uh La La (terça), Miami (sexta), Plan B (sexta) e Kozel (terça). Desde que cá estou apesar da animação nocturna não ser o prato forte de Zilina, já passei por cá vários bons momentos.

Os estudos estão “controlados”. Acabei terça feira uma cadeira (Multimédia) e acabo outra até Domingo (Sistemas de Informação). Até Dezembro ficam todas despachadas excepto 2 que tenho exame em Janeiro.

Muito fica por contar, mas como um mês é difícil de resumir, não me vou alongar mais. Dêem um salto ao meu Facebook para ficarem a saber mais sobre as minhas peripécias.

TODO LIST:

“Actualizar o Blog” – CHECK

Semana em Grande em Budapeste

O dia não convidava a grandes passeios. Frio, vento e chuva! Eu, Ricardo e Diogo embarcamos pouco depois do meio dia rumo à capital Hungara onde nos esperava o meu amigo Zé a estudar este semestre nesta cidade. Durante a viagem, fomos tidos duas vezes como Romenos (!) e uma como espanhois. Ficam muito admirados por ver tugas por estes lados. As viagens de comboio são feitas em cabines de 6 lugares para os que se “avispam” e de pé para os restantes. Zilina-Budapeste e vice-versa ficou por 35 euros.

Bem, como os episódios são muitos, vou dividir o post pelos dias da semana:

2ª-feira:

Chegamos a Budapeste por volta das 19:30 em Keleti Pu com um tempo bastante agreste e malas às costas. O Zé estava lá à nossa espera e compramos por sugestão dele o passe semanal (cerca de 20 euros), o que se veio a revelar uma excelente compra. Era tempo de arrumar as bagagens em casa do Zé. Apartamento nos subúrbios de Budapeste, saída em Arpad Hid. Lar tipicamente de estudante: pequeno, um pouco desarrumado e atafulhado. Cama de solteiro para 3 e Zé a dormir numa cama de criança. Bem aconchegante!

Depois de arrumar as coisas, saímos para o centro de Budapeste, com a chuva a bater. Jantamos num restaurante um Goulash, comida típica húngara, mistura de sopa da pedra com jardineira, pulvilhado com Paprika e com pimento MUITO picante à mistura.

Jantar 2ª Feira

Jantar 2ª Feira

A seguir tivemos a primeira das muitas saídas nocturnas em Budapeste. O Bar/Disco “Morrisons I” foi a escolha. Conhecemos lá muito pessoal tuga, americano e espanhol. Para aquecer tivemos a testar os dotes vocais no Karaoke e depois passamos para a pista de dança. A noite acabou já depois das 3 com o pessoal animado.

Morrisons I

"Morrisons I"

3ª-feira:

O Zé entrou às 8 da matina (coitado do rapaz…), nós dormimos até às 11 e encontramo-nos com ele às 12 perto da faculdade. Almoçamos na cantina, uma comida muito diferente da portuguesa. Refeição por cerca de 2.5 euros. Comemos uma 1ª sopa de massa e feijão e uma 2ª “sopa” estranha com lentilhas num caldo branco com 2 croquetes.

Depois de almoço fomos visitar a zona histórica de Buda (Budapeste surgiu da junção de duas cidades Buda e Peste em cada uma das margens do rio Danúbio). Visitamos os Banhos Gellert, os mais famosos da cidade, subimos à colina em frente ao rio, um longo e árduo caminho de subida, estátuas e vista fabulosa sobre a cidade. Depois visitamos o castelo de Buda e algumas Igrejas. Uma delas era a pagar, mas nós entramos “sem querer” inseridos num grupo de turista. “Payed as a portuguese” diria o Italiano Iacopuci. Depois disto descemos para o rio e demos uma volta pela marginal.

Topo da colina em Buda

Topo da colina em Buda

Fomos jantar a um restaurante chinês (sem o Zé que teve uma reunião do BEST) e seguimos depois de algum tempo para um Bar de nome “Irish Cat Pub”. Foi difícil encontrar o bar, que até era perto da estação. Começou-se hoje a falar no “City Rally” que iria ter lugar no Sábado. O Diogo ficou logo na altura destacado para uma equipa. Calhou em sorte uma equipa cheia de Americanas.

Reencontramo-nos com o Zé às 23:00h para ir a uma reunião MUITO estranha. O Zé foi convidado pela buddy para uma reunião de uma competição da faculdade para o qual ele foi convidado a integrar o grupo. Ninguém percebeu bem que tipo de competição se tratava. Tratava-se de um grupo totalmente hungaro cheio de personagens estranhas. À porta, havia uma “feira de sapatos”. Pelo que fiquei a perceber, é costume quande entra em casa, descalçar os sapatos. Não interessa se é convidade ou não. Os participantes só falavam húngaro (língua esquisita!) e como não haviam mais lugares livres, nós tugas ficamos arrumados a uma canto no chão a rir-nos daquela reunião surreal enquanto passava uma garrafa de Palinka, bebida típica húngara. O apartamento era pior que um “aido de porcos” tal era a desarrumação.

Depois de sairmos deste “filme”, fomos a um Bar Reggae. O bar situava-se num sítio “obscuro”, no topo de um edifício abandonado. Lá encontramos uma maluca hungara a meter-se a connosco e um hungaro falante de Português (o pai havia sido embaixador em Lisboa).

Bar Reggae

Bar Reggae

4ª-feira:

O cansaço era muito e por isso a manha foi para dormir! Almoçamos em casa uns belos bifes com arroz e batata frita! Um manjar tendo em conta que aqui os pratos pecam em carne.

O Zé teve aulas de tarde e por isso nós decidimos ir dar uma volta na zona do parlamento. Depois tivemos uma passagem por um café com bastante “pinta” que fazia lembra o “nosso” Majestic. Era confortável, selecto e não excessivamente caro. Reencontramo-nos mais tarde com o Zé e acabamos por jantar em casa umas pizzas.

Depois do jantar, fomos a casa de um pessoal de Lisboa, ver o FCP começar a Champions em grande.

FCP - Fenerbach

FCP - Fenerbach

Terminado o jogo seguimos para a Disco “School Club” para uma festa de Economia. O espaço era grande, bem decorado e com 2 áreas distintas: karaoke e pista de dança. Nota positiva para o facto de os elementos femininos estarem em maioria! A noite foi muito animada, com várias histórias para contar. Como aconteceu quase todas as noites, a partir das 4/5 da manha só os tugas e os espanhois animavam o espaço! Sempre os últimos a abandonar o barco!

O episódio mais “cómico” da noite ainda estava para vir. O Ricardo teve um acesso de loucura e decidiu separar-se de nós durante o caminho para casa. Conclusão: como não sabia a paragem de metro da casa do Zé, apareceu de manha à porta de casa, depois de uma noite a conhecer o metro de Budapeste! Segundo ele experimentou todas as paragens até reconhecer a paragem certa. Foi recebido pelo Kuni (colega de apartamento do Zé) que, num ar de perfeita normalidade, “apenas” estranhou o facto do Ricardo estar a beber uma cerveja sem álcool. A explicação foi o facto desta ter sido oferecida…

5ª-feira:

Manha novamente para dormir… Almoçamos umas sandes e seguimos para mais um “cityseeing”. Desta vez o passeio foi curto. Fomos ao Museu Nacional e áreas circundantes.

Jantamos em casa uma espécie de bolonhesa preparada por mim e pelo Diogo e seguimos depois para casa de um pessoal da FEUP, o Marco e a Inês, que nos acolheram para vermos o Benfica perder frente aos Napolitanos.

No fim do jogo fomos ao “Morrisons II”, a maior discoteca que estivemos em Budapeste. Enorme, completamente lotada e com múltiplos espaços distintos: discoteca, bar, sala de jogos, karaoke, área ao ar livre e espaço para música transe. Alguns elementos tiveram uns primeiros 10 minutos “à Benfica”. Como as outras discos, por volta das 2/3 da manha o ambiente cai a pique. Saímos por volta das 4.

Morrisons II

"Morrisons II"

6ª-feira:

Acordamos “cedo”, 10 horas. Fomos dar um passeio pela Ilha Margarida (situada no meio do Danúbio, entre as margens de Buda e Peste), onde tivemos oportunidade de ouvir Bocelli ao ar livre acompanhado por repuchos de uma fonte (“private story” do pessoal cá de Zilina). Almoçamos num Centro Comercial, e tivemos depois uma longa cavaqueira para avaliar o ponto de situação.

Caminho para a Ilha Margarida

Caminho para a Ilha Margarida

Depois, demos um passeio pelo mercado da cidade, pelo parlamento e pelo parque da cidade.

Jantamos em casa uns “cordon-blue” congelados e seguimos depois para umas Termas Nocturnas. Fomos às termas “Rudas”, situadas à beira Rio. Fomos lá recebidos pela Mikolt do BEST Budapeste, que tinha visita da misteriosa e surpreendente Zani da Letónia, de um espanhol de Granada e de um Iraniano a estudar em Gotenburg na Suécia. A nós juntaram-se ainda nos banhos os portugueses Marco e Inês e o Ricardo BEST Lisboa.

O complexo oferece 6 piscinas de diferentes temperaturas, desde água gelada a água muito quente, banhos turcos, saunas e uma piscina de natação. Ficamos de molho entre as 11 da noite e as 4 da manha! Pelo meio, eu e o Ricardo tivemos direito a massagens das nossas amigas Mikolt e Zani. Esta última, uma autêntica especialista no assunto…

À saída, aconteceu uma situação infeliz ao Zé e ao Diogo. Foram roubados os telemóveis de ambos e algum dinheiro que estavam guardados nas cabines trancadas! Chamou-se a polícia e vieram dois polícias GIGANTES, que metiam respeito a qualquer bandido! Tomaram conta da ocorrência e chamaram depois a brigada “CSI” para tirar fotos e impressões digitais (!). Conclusão: queixa feita, saímos das termas por volta das 7 da manha!

Sábado:

3 horas de sono, tempo para banho, almoço rápido e saída para o ponto de partida do City Rally, uma espécie de “peddy-paper” organizado pela ESN Budapeste.

A minha equipa era: eu, Ricardo Paulo, Zé, Nádia de Lisboa, Anton da Rússia/Canadá, Lúcia de Madrid e Kasimir da Holanda. O Diogo ficou noutra equipa com americanos e um espanhol. Eramos o grupo número 1, num total de 10 equipas em “competição”. Às 13:45 começou a prova.

Equipa do Rally Paper

Equipa do Rally Paper

Tinhamos 6 pontos de passagem obrigatória com provas em cada ponto, com horários estabelecidos e uma espécie de tarefas tais como trocar um chupa-chupa por alguma coisa e ir sucessivamente efectuando mais trocas com os transeundes, ou encontrar a pessoa mais velha de Budapeste ou vestir roupa típica húngara ou decifrar uma placa em Braille, etc, etc. Pelo meio tinhamos alguns “drinking games” para animar a malta e algumas provas engraçadas como por exemplo fecharmo-nos os 7 numa cabine telefónica ou arrebentar balões simulando “o amor”. Ao longo da prova tinhamos o dever de tirar fotos originais e divertidas, a parte mais animada da tarde.

Los gringos

Los "gringos"

Depois de me ter “casado” com uma espanhola, ter feito a “lua de mel”, termos tirado uma foto com uns noivos recém saídos da Igreja, ainda tivemos a Nádia a “casar-se” com um transeunde! Muito casamento…

Encontramos um velhote de 92 anos, muito bem conservado e a falar Inglês! Um achado autêntico!

Velhote de 92 anos

Velhote de 92 anos

Depois de uma tarde recheada de excelentes momentos, terminamos o Rally-Paper por volta das 19 e seguimos com o resto da malta para o restaurante “Don Leone”. Eramos cerca de 100 ERASMUS no restaurante, pessoal um pouco de todo o mundo. Depois do jantar foram passadas as fotos de todos os grupos, com as nossas a fazer furor! A vitória na “competição” sorriu a equipa Ibérica.

A próxima paragem foi num bar ao ar livre, “Simplex”. Bebemos um copo e prosseguimos a noite na disco “Si Vous Plais”. Entretanto já com a companhia do pessoal que tinhamos conhecido 6a nas termas, o ambiente na disco foi maioritariamente de ERASMUS. A noite acabou por volta das 4, com as “pilhas” completamente em baixo, depois de uma noite mal dormida e de um dia cansativo!

Si vous plais

"Si vous plais"

Foram 6 dias fantásticos que passaram num abrir e fechar de olhos. Uma cidade esplenderosa, pessoal porreiro, muita muita festa e um desejo de lá regressar.

Obrigado Zé por nos teres dados abrigo e aturado nestes dias! Vemo-nos em Zilina!